#11 As perguntas que precisam ser feitas
Histórias inspiradoras podem sim ajudar a mudar corações e mentes. Estamos aproveitando bem cada oportunidade?
ps1: Se você perdeu as edições anteriores…
#10 | A história capaz de mover sua audiência
#9 | Mudança de narrativa: como?
A COP28 foi tão distópica quanto surpreendentemente sensacional para esta estreante. Explico: já cobri COPs como jornalista direto do Brasil, nunca in loco. Presenciar um dos encontros mais importantes do mundo, enquanto as previsões climáticas anunciavam picos de quentura na primavera brasileira, foi fundamental para entender dinâmicas (de poder) e estratégias (mal aproveitadas). Eu e a Akiko, responsável por nos ajudar a pensar em marca e branding na FALA, fomos a convite da Global Climate Action.
Antes que você avance, conto na largada: jornalistas são exímios em mapear problemas e pensar em soluções. Mas já faz um tempo que eu levei esse olhar para além das histórias, pensando, sempre, em como aliar estratégia e impacto a uma história poderosa.
O Brasil perdeu oportunidades. A COP era uma chance para alcançar e sensibilizar novos aliados. Mas o governo, muitas vezes, falou apenas para os seus, com anúncios e lançamentos com pouca substância. O que o Brasil faz e como o mundo pode ajudar a contar a nossa história?
Em conversas com organizações do terceiro setor, brasileiras e estrangeiras, outra dor: chegar até a COP com um trabalho superpotente e espaço (físico), mas sem reconhecimento da marca e dos projetos. Por que? Porque a comunicação não é entendida nem como pilar nem como transversal.
Mas o que mais me doeu foi assistir aos nossos super-heróis, muitas vezes, falarem apenas entre seus pares. Da plateia, assisti mais de duas dezenas de lideranças (indígenas, rurais, periféricas, negras) falarem para apoiadores, colegas e amigos e atores de organizações parceiras. É fundamental marcar presença? Sim. Mas esse é o início da jornada
ps2: Você pode estar pensando: não precisamos de super-heróis no Brasil, como bem escreveu a Ana Fontes. Verdade. O convite aqui é para extrapolar o sentido da simples junção dessas palavras e pensar em histórias poderosas capazes de inspirar e mudar o outro.
Perguntas que ficaram:
1) Onde estavam os outros?
2) Nas mesas compartilhadas com atores de outros setores, por que os super-heróis não são apresentados como OS ESPECIALISTAS?
3) Como o credencialismo impacta essas jornadas dentro e fora das organizações?
4) As pessoas são parte e voz do projeto ou você conta as histórias delas?
5) Elas chegam às mesas de negociação? Se sim, em quais condições?
***
Na mesa em que participei na COP, sobre mudança de narrativa e engajamento para a ação climática, reforcei que precisamos criar narrativas estratégicas - e pensar no que não existe - para mudarmos corações e mentes de forma colaborativa.
Qual é a história que você quer ver contada em 2024?
Aguardo você no thais@fala.art.br
Um pedido: a gente precisa do seu voto
Dezembro começou com essa notícia de aquecer o coração dos que, como eu, acreditam no poder das histórias e no trabalho coletivo: somos finalistas de um dos mais importantes prêmios de impacto social no mundo, o Anthem Awards, e temos mais dois dias (até quinta-feira, 21 de dezembro) para garantir essa taça para o Brasil. O nosso projeto de combate à desinformação sobre clima, meio ambiente e direitos humanos, o Mentira Tem Preço (Lie Has Price, em inglês) é o único brasileiro na categoria.
Podemos contar com seu apoio? Aqui o passo a passo:
1. Acesse este link: bit.ly/votenoMTP
2. Encontre o MTP digitando "Lie has a price" no campo de busca
3. Para votar, clique no botão "Celebrate"
4. Faça um rápido cadastro com email e senha (ou o login direto via Gmail ou Facebook)
5. Confirme o cadastro no seu e-mail
Para ver agora:
O perigo de uma história única, TED da escritora Chimamanda Adichie visto por mais de 35 milhões de pessoas.
Agradecimento à amiga Meggy Araújo, que me lembrou desse vídeo incrível.
Para ver com calma:
Betinho, no fio da Navalha, série dirigida por Andre Felipe Binder e Júlio Andrade (que interpreta o Betinho), na Globoplay
"Alguém tem que fazer" é um chamado comum aos que escolheram dedicar a vida aos direitos humanos, ao meio ambiente e à democracia. Cresci acompanhada das ideias do sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, que criou o que não existia - como o Ibase e uma campanha genial contra a fome - para mobilizar a sociedade contra a pobreza. O chamado segue urgente: três em cada dez pessoas no Brasil vivem em condição de vulnerabilidade.
Utilidade Pública
Não, essa dica não é sobre aplicativos, sites ou outras ferramentas. Mas sobre quebrar o gelo e conhecer as pessoas que estão ao nosso lado. Se por um lado o trabalho remoto nos possibilitou trabalhar com pessoas de todos os cantos do Brasil e do mundo (como fazemos aqui na FALA, descentralizando ideias e narrativas), por outro as histórias que nos aproximam podem não caber sempre em reuniões virtuais. Este mês nos encontramos 👇 - Helô na telinha, direto de Berlim . É muito. Uma realização que ainda não dou conta.
Meu desejo para você em 2024 são encontros acolhedores - virtuais ou presenciais-, recheados de histórias.
Muito obrigada por ter chegado até aqui e por ser parte dos que acreditam. Espero você em 2024!