"E se você bater a meta do seu projeto amanhã, qual é o próximo passo?"
A pergunta que pode deixar a gente sem resposta precisa ser respondida já
Ouvi essa pergunta na madrugada de uma quarta-feira. Na tela do computador, a artista visual norte-americana Tracy Brown, responsável por ministrar um curso com foco em mudanças de narrativas para o qual fui selecionada.
Madrugada porque não me atentei para a diferença de quatro horas de fuso com a Califórnia, nos EUA, onde o curso foi lecionado. Segue o baile.
Falo sempre do grande sonho de cada projeto, a meta para a qual trabalhamos, para não perder o foco de vista, nunca. Mas imaginar ser realidade foi um exercício do qual não me recuperei rapidamente.
Usei como case um dos projetos autorais da FALA, o Mentira Tem Preço, que monitora, investiga e combate desinformação sobre meio ambiente e discurso de ódio no Brasil. O grande sonho? Pautar políticas públicas em territórios impactados por desinformação e violência e criar uma comunidade que combata desinformação. O teste pegou os quase vinte alunes de surpresa. Senti a energia correr.
Se alguém me dissesse o que estava prestes a acontecer naquelas próximas horas, não teria acreditado.
No dia seguinte, do outro lado da linha, uma representante do Ministério da Justiça nos convidou para integrar um grupo de trabalho (interministerial e intersetorial) para pensar políticas públicas de segurança para territórios indígenas. Surreal, mas esperado e construído ao longo de três anos.
E muitos outros anos vão vir, porque o futuro da desinformação chega rápido.
Semanas depois, registrei o encontro no Palácio da Justiça, em Brasília.
(para falar comigo, responda esse e-mail ou escreva para thais@fala.art.br)
E aí, qual é o próximo passo?
Brinco que no meu guichê todas as metas são possíveis até que se prove o contrário. Uma das metas, em construção, é unir pessoas dispostas a combater desinformação dentro e fora do território, como já estamos fazendo no Instagram do nosso Mentira Tem Preço. Em cinso meses, chegamos a 21 mil seguidores.
Nosso post em parceria com o Sensacionalista foi o conteúdo mais visto no dia da votação do marco temporal no Supremo Tribunal Federal.
Uma outra meta tornou-se realidade no mês passado: graças ao trabalho em parceria com a Novelo, agora usamos inteligência artificial no nosso MTP para monitorar e combater desinformação e discurso de ódio.
Construir jornadas estratégicas exige planejamento. Se posso dizer algo sobre a nossa jornada é que quanto mais tempo gasto na largada, melhor. Já vi muitos modelos que ajudam a construir essa caminhada. Os do Centro Artístico Para Ativismo reunem modelos do planejamento do projeto à intenção final. Acesse aqui.
Vem aí #LABFALA
Quem assina a news vai descobrir agora, com exclusividade, que estamos há poucos dias do lançamento do nosso LABFALA, incubadora-laboratório que chegou para fortalecer organizações espalhadas pelo Brasil e, assim, descentralizar narrativas, recursos e possibilidades.
Desde a criação da FALA construímos parcerias para fortalecer nano e micro organizações. Se um cresce, todos crescem juntes. A ideia era que o impulsionamento e os projetos fossem suficientes para que as organizações trilhassem seus caminhos. Mas não aconteceu. Então voltamos algumas casas para reorganizar a estratégia. Assim, nasceu a ideia de desenvolver um laboratório, com consultoria, mentoria e recursos financeiros. Em breve, novidades nos nossos canais: Fala.impacto, Instagram; e no LinkedIn.
O sonho? São muitos, mas a nossa lista de prioridades está assim:
1) Desejamos que essas organizações consigam estruturar seus projetos e planos em comunicação para que sigam contando histórias para não esquecer.
Temos um time incrível de mentores e estamos organizando o de convidades para trocas estratégicas.
🫶 Se você acredita que poderia possa somar no time de convidades, escreva para mim: thais@fala.art.br
2) Que a gente consiga recursos para expandir o LABFALA para outros territórios e biomas (spoiler!) em 2024.
Ajude a gente a espalhar a notícia!
🎨 Por que as cores da sua marca são importantes
Há alguns anos, participei de uma mesa para fechar a identidade visual de um megaprojeto inovador com foco em questões socioambientais. Mas a reunião de branding parecia ter saído de um museu. A combinação: tons terrosos mortos e tipografia que lembra os Rugrats. Se a intenção era transmitir força, conexão com territórios e inovação, nada daquilo tinha salvação - e não teve mesmo.
Marcas são mais que a identidade da sua organização. Transmitem sensações e emoções.
Uma das histórias da FALA está na nossa paleta de cores, porque nossos valores também estão lá. Roxo é a cor referência do movimento feminista. Há referências históricas no movimento sufragista. Na FALA, mulheres são, no mínimo, metade dos times, sempre. Nos dois últimos anos, ocupamos 65% dos postos.
Branco é nossa primeira cor secundária. Queremos chamar as pessoas para perto em jornadas de empatia, sempre. Rosa choque é a segunda, porque trabalhamos por impacto, sempre.
Essas infografias nos ajudam a pensar essas conexões.
Aqui.
E a sua? Que emoções e valores sua marca transmite? Deixe aqui seu comentário.
⚡⚡⚡ Sempre tem mais…
Para ler agora: A newsletter Heated, da Emily Atkin, para quem está passado com a não-atenção mundial à crise climática.
Para ver agora (dica da Akiko, nossa gerente de estratégia): "As empresas se responsabilizam pelas tragédias causadas por seus financiamentos?", por Monique Evelle, fundadora da Inventivos
Para ver com calma: entrevista de Eliza Capai sobre o filme mais pessoal de sua carreira, Incompatível Com a Vida, sobre expectativa e luto em políticas públicas. O filme ganhou o prêmio de "Melhor Documentário da Competição Brasileira: Longas ou Médias-Metragens" e o troféu É Tudo Verdade “pela coragem de mergulhar de maneira pessoal e poética num tema delicado e urgente, trazendo à luz a realidade de muitas mulheres e a urgência da discussão sobre direitos reprodutivos no Brasil”. O trailler é este aqui:
Para ler com calma (dica da Ju, nossa social media):
Comunicação Mais Plural: cartilha para uma linguagem mais inclusiva, da Universidade Federal de Santa Maria. Aborda questões de gênero, LGBTQIA+, étnico raciais e relacionadas a pessoas com deficiência.
Para ler com calma2: Conversaciones en Movimiento, manual de narrativas empáticas, que chamam as pessoas de fora da bolha para perto em assuntos diversos, como racismo, aborto, justiça climática, povos indígenas…
Utilidade Pública
👉artes de domínio público, no Artvee
A fragilidade do futuro
Esta escultura luminosa do estúdo DRIFT segue reverberando desde que a vi na exposição Vida em Coisas, no CCBB-SP. O projeto apresenta uma visão crítica, porém utópica, sobre o futuro do planeta, em que duas evoluções (natureza e tecnologia) aparentemente opostas fazem um pacto de sobrevivência". São circuitos elétricos conectados a dentes de leão - o estúdio coleta 15 mil sementes durante a primavera holandesa para criar a obra.
Obrigada por ter chegado até aqui!
Essa news é escrita pela jornalista Thais Lazzeri. Depois de 14 anos em redações, mais de uma dezena de prêmios em direitos humanos e meio ambiente e um mergulho no audiovisual, ela fundou a FALA em 2020 por acreditar na história de cada pessoa para inspirar e mudar outres e no poder do trabalho coletivo e diverso.
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